CISTO DO DUCTO TIREOGLOSSO

É a anomalia congênita de linha média
mais comum. Origina-se da permanência do
trato tireoglosso, após a descida da tireóide
até sua posição normal. O diagnóstico é feito
até os 10 anos de idade em cerca de 30% dos
casos, entre 10 e 20 anos, em 20%, entre
20 e 30 anos, em 15% e após 30 anos,
em 35%.
A apresentação clínica é de um cisto na
linha média, na altura da membrana tirohóidea.
Pode haver infecção do cisto simultânea a
episódios de infecções de vias aéreas superiores.
A formação de fístula é secundária à infecção
do cisto.
Na investigação diagnóstica deve-se ter
certeza de que existe tireóide tópica. A ultrasonografia
é o método utilizado para o diagnóstico,
com cerca de 90% de acurácia. Em
casos de dúvidas, pode-se utilizar a punção
aspirativa para o diagnóstico diferencial. Este
método propicia o diagnóstico correto em até
96% dos casos.
O tratamento de escolha é a remoção do
cisto e de todo o trajeto até o forâmen cecum,
pela operação de Sistrunk, que inclui a remoção
da porção central do corpo do osso hióide. Sem
esta medida o índice de recorrência é de cerca
de 85%. Após a padronização da técnica citada,
os índices de recorrência diminuíram para menos
de 10%.
A presença de carcinoma papilífero num cisto
tireoglosso não é freqüente (menor que 1%)
e raramente o diagnóstico é feito no préoperatório. Há controvérsias sobre a
realização ou não de tireoidectomia total nesta
situação, mas se a tireóide não apresentar
alterações estruturais (nódulos), a operação de
Sistrunk associada à supressão com tiroxina é
eficaz.

Fonte: Projeto Diretrizes

Quais são os exames para avaliar os problemas da tireóide?

Os exames que freqüentemente são pedidos para avaliar os distúrbios da glândula tireóide são:

Dosagem de hormônios tireoidianos e TSH: Normalmente são solicitados o TSH e o T4 livre, que serão os hormônios que mais influenciarão nas decisões clínicas. Eles avaliam a função da glândula tireóide sendo que o TSH elevado indica hipotireoidismo e o TSH diminuído indica hipertireoidismo. Em algumas situações são solicitados o T4 total, T3 total e o T3 livre.

Dosagem de anticorpos tireoidianos: São solicitados para avaliar a presença de algumas doenças autoimunes da tireóide como a tireoidite de Hashimoto, a tireoidite subaguda e a Doença de Graves (hipertireoidismo). São eles o anticorpo anti peroxidase (Ac TPO), anticorpo anti-tireoglobulina (AC TG) e Anticorpo anti receptor de TSH (TRAB).

Ultrasson de tireóide: É extremamente importante para avaliar a presença de nódulos tireoidianos, principalmente os não palpáveis. Informações como tamanho, localização dentro da glândula e características dos nódulos norteiam a decisões cirúrgicas assim como servem para o acompanhamento clínico dos mesmos. O Doppler associado ao ultrasson fornece informações sobre a vascularização dos nódulos , que podem aumentar as suspeitas de malignidade.

Biópsia por punção aspirativa com agulha fina (PAAF): Exame fundamental para se tomar a decisão de se realizar a cirurgia de tireóide, pois é o mais sensível para detectar malignidade. O exame consiste em colher células dos nódulos tieoidianos através de uma punção com agulha orientada ou não por ultra-sonografia. Basicamente, os resultados podem ser benignos (bócio colóide, bócio adenomatoso, tireoidite crônica linfocitária, cisto colóide), malignos (carcinoma papilífero, carcinoma medular ou anaplásico) ou suspeitos (padrão folicular, padrão folicular com células oncocíticas ou Hürthle, padrão papilífero). Tanto os resultados malignos como os resultados suspeitos normalmente são indicativos de cirurgia por suspeita de ser um câncer de tireóide. Em muitas situações, somente a ressecção e posterior análise anátomo-patológica do nódulo é que vai determinar se o nódulo é de fato maligno ou não.


Cintilografia de tireóide:
É um exame menos solicitado hoje em dia. Ele avalia aspectos funcionais da glândula e costuma classificar os nódulos em quente, frios ou mornos. Antigamente os nódulos frios eram tidos como suspeitos de câncer. Esta classificação é pouco útil atualmente para avaliar malignidade já que a punção por agulha fina é um exame muito mais sensível e especifico.

Raio X cervical: este exame serve para avaliar se a tireóide esta causando compressão e desvio das estruturas cervicais como a traquéia. Tireóides de tamanho aumentado podem comprimir a traquéia ou ter crescimentopara o tórax (bócios mergulhantes).

Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética: Não são solicitados de rotina. São úteis em bócios volumosos e mergulhantes, e para avaliar possíveis invasões de estruturas adjacentes em casos de câncer de tireóide avançados. Neste último, é preferido a ressonância nuclear a tomografia pelo fato da primeira não utilizar contraste iodado, o que pode retardar o tratamento com Iodo radiaotivo pós-operatório de cirurgia de câncer de tireoide.

Nódulos tireoideanos: avaliação custo-efetiva

A abordagem diagnóstica dos nódulos de tireóide inclui o mapeamento cintilográfico, a citologia de biópsia aspirativa por agulha fina, a ultra-sonografia e a avaliação da função tireoideana, através da dosagem de hormônio tireo-estimulante (TSH) como indicador de nódulo hiperfuncionante (situação na qual o TSH encontra-se suprimido).

Dependendo da seqüência de exames realizada, o diagnóstico de nódulo benigno ou maligno e a eventual necessidade de tireoidectomia envolvem custos e tempo variados. Uma análise anterior sobre o custo financeiro das abordagens diagnósticas concluiu que a maneira mais custo-efetiva de investigar, inicialmente pacientes portadores de nódulos tireoideanos, é por meio da aspiração por agulha fina.

Mandel e Cols concluíram uma análise computadorizada da estratégia diagnóstica de 3 possíveis abordagens:

Biópsia aspirativa na visita inicial, seguida por dosagem de TSH (BAAF primeiro);
Determinação de TSH, seguido de BAAF ou mapeamento de acordo com o valor de TSH;
Mapeamento primeiro, com BAAF realizada apenas em casos de nódulos quentes ou frios.
O custo e o tempo foram definidos em dólares e em dias, respectivamente, gastos até a realização do diagnóstico. Os resultados das análises mostraram que iniciar a investigação com a biópsia aspirativa por agulha fina é mais eficiente em termos de tempo e custo.

Fonte: Ref.: Clinicians Reviews 9(9):43, 1999.

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