As funções da tireóide modificam-se na gravidez

Nos dias atuais é cada vez mais comum a mulher adiar – por motivos pessoais e profissionais - a decisão de engravidar. Os avanços da ciência também permitem que a mulher moderna possa dedicar-se a outras prioridades antes de assumir a maternidade. A natureza, porém, impõem algumas estatísticas que precisam chegar ao conhecimento dessas mulheres.
Entre as estatísticas estão: a concepção, manutenção e o crescimento do feto no útero é ligeiramente inferior nas mulheres acima dos 30 anos. Uma das razões para isso seria a possibilidade de desfunção da tireóide levando a menor produção de hormônio tireóideo, chamado de L-Tiroxina.O hipotireoidismo decorrente disso é um fator de baixa fertilidade feminina.
Quando a mulher engravida, a placenta passa a produzir enormes (e necessárias) quantidades de hormônio feminino, o estradiol. Este vai aumentar no fígado a produção de proteína que é a transportadora de tiroxina (hormônio da tireóide, ou seja, T4). Normalmente o valor de T4 é de 5 a 10mcg%, mas pode ir a 12 ou 14mcg%, o que não significa excesso de função da tireóide, mas apenas um transporte mais eficiente do T4. A tireóide normalmente capta o iodo nutricional que vem de nossa alimentação. Por isso, na gravidez e no aleitamento a mulher precisa de mais iodo -- um mínimo de 250mcg.

O período de vômitos na gravidez inicial

Muitas mulheres grávidas passam a ter enjôo intenso seguido de vômitos nas primeiras semanas de gravidez.
O fenômeno é chamado de hiperemese gravídica e, às vezes, é necessário a internação e terapêutica com soro intravenoso. Este estado de hiperemese produz alterações na tireóide levando a um quadro de excesso de produção de hormônio da glândula. O super estímulo da tireóide pode ser devido à substância que provem da placenta (o HCG), que estimula a tireóide a trabalhar mais.
Não é necessária qualquer medicação adicional. Passado o período de vômitos tudo volta ao normal e a gravidez prossegue o seu curso.

O hipotireoidismo na gravidez

Muitas mulheres já têm o diagnóstico de falta de função da tireóide antes de engravidar e passam a tomar o comprimido de L-Tiroxina.
Outras grávidas descobrem que estão com hipotireoidismo (função tireóidea diminuída) em exames de rotina no primeiro trimestre da gravidez. Neste caso, é preciso confirmar o diagnóstico e prescrever o comprimido de L-Tiroxina para manter o nível sangüíneo deste hormônio em níveis adequados. Isto porque a mãe fornece parte do seu hormônio de tireóide ao feto, durante toda a gravidez.
É muito importante que no último trimestre, o nível de hormônio tireóideo da grávida esteja em níveis adequados porque a criança, no útero, precisa deste hormônio para o desenvolvimento do seu sistema neurológico, principalmente para a maturação do sistema auditivo, a formação do cérebro e respectivas conexões nervosas.
Quando a grávida permanece com falta de tireóide (hipotireoidismo) a criança pode nascer com certas alterações do complexo cerebral fetal resultando em diminuição do Quociente de Inteligência na idade escolar e idade adulta.

O excesso de função da tireóide na gravidez

Não é raro o fato da mulher em tratamento do hipertireoidismo (excesso de produção de hormônios da tireóide) engravidar.
Quando isto ocorre o médico deve procurar ajustar o medicamento bloqueador de excesso de tireóide para não induzir uma possível falta do T4 no organismo materno.
A descoberta de nódulo da tireóide durante a gravidez não deve ser preocupante, pois poderá esperar por diagnóstico e eventual biópsia após o nascimento da criança.
Conclui-se que função da tireóide é muito importante para a fertilidade da mulher, para o início do período de gestação e para o perfeito entendimento entre a mãe e a criança no que se refere à transferência de hormônio da tireóide para o feto.

Fonte: VEJA ONLINE - mai 2008

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